ESTADOS UNIDOS: Big Tobacco forçada a fazer propaganda contrária na televisão

ESTADOS UNIDOS: Big Tobacco forçada a fazer propaganda contrária na televisão

Se desde 1971 nos Estados Unidos a indústria do tabaco não pode mais fazer propaganda na televisão, isso está prestes a mudar. Mas se as empresas americanas da indústria do tabaco finalmente conseguirem transmitir comerciais, não será para promover seus produtos, muito pelo contrário.


GRANDE TABACO TERÁ QUE PAGAR PELA ANTI-PROMOÇÃO!


Em 2018, as empresas americanas da indústria do tabaco poderão finalmente transmitir um spot publicitário na televisão, facto que não é autorizado desde 1971. Mas este passe livre, obtêm-no não para promover as suas marcas, mas pelo contrário, convencer a população de que comprar cigarros é gravemente prejudicial à saúde. Sim, RJ Reynolds, Philip Morris, Lorillard ou Altria, vão ter que pagar para antipromover seus produtos.

Esta é a conclusão de um confronto que opôs o governo dos EUA contra a indústria do tabaco por 18 anos. Em 1991, o governo de Bill Clinton processou essas empresas para recuperar o dinheiro gasto pelo contribuinte em despesas de saúde para tratar doenças causadas pelo tabaco. A justiça acabou dando razão ao governo, e obrigando os quatro grupos a pagarem sua “anti-publicidade”. Foram necessários 18 anos de apelos para que o poderoso lobby do cigarro finalmente obedecesse, mas não será sem um último suspiro de rebelião.

Apesar de indicar em vários comunicados a intenção comum de atender às demandas da sociedade, o spot que essas empresas financiaram pode servir de exemplo para detalhar o que não fazer em termos de publicidade na TV. Isso simplesmente apresenta uma mensagem de alerta escrita em preto no branco e entregue por uma narração neutra. Sem energia, sem dinamismo ou criatividade, estamos longe de pensar que o spot pode desafiar. Ainda será transmitido 5 vezes por semana durante 1 ano, chegando a 260 exibições no total.

Esta notícia demonstra a capacidade de um Estado (pelo menos o dos EUA) de obrigar um anunciante a pagar para desconstruir sua imagem. O governo entende os princípios de “compromisso” e lealdade que ligam os consumidores às marcas e as atacam. No entanto, forçar as marcas a pagar pelo spot publicitário responsável por prejudicá-las também significa dar a elas controle sobre a criatividade e a compra de mídia. Aqui, o lobby do tabaco nos Estados Unidos usou seu conhecimento sobre publicidade na TV para fazer exatamente o oposto das recomendações usuais e, assim, mitigar ao máximo o impacto dessa mensagem. Um fato que não encanta as associações que lutam contra o tabagismo.

fonte : Lareclame.fr

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Sobre o autor

Apaixonado por jornalismo, decidi me juntar à equipe editorial da Vapoteurs.net em 2017 para lidar principalmente com notícias sobre vape na América do Norte (Canadá, Estados Unidos).