Os cigarros eletrónicos são menos viciantes do que os cigarros convencionais, esta é a demonstração deste estudo de Penn que, para além desta primeira conclusão, contribui para melhorar a compreensão de como os diferentes dispositivos de libertação de nicotina conduzem à dependência.
Se a popularidade dos cigarros eletrônicos está crescendo, não se deve esquecer que o dispositivo expõe muitos ingredientes, nicotina, propilenoglicol, glicerina e aromas via vapor de inalação, e cujos efeitos a longo prazo permanecem amplamente desconhecidos. Além disso, à falta de anterioridade soma-se a diversidade de dispositivos, atualmente mais de 400 marcas de cigarros eletrônicos disponíveis no mercado.
O Dr. Jonathan Foulds, Professor de Saúde Pública e Psiquiatria da Penn State College of Medicine, principal autor do estudo, para contornar esse obstáculo e avaliar um grau médio de dependência de cigarros eletrônicos versus cigarros convencionais, desenvolveu uma pesquisa on-line, incluindo questões para avaliar níveis prévios de dependência, durante o consumo de cigarros convencionais. Mais de 3.500 usuários atuais de cigarros eletrônicos que já fumaram tabaco responderam à pesquisa.
A análise revela dois pontos importantes :
- Uma maior concentração de nicotina no líquido e/ou o uso de aparelhos de segunda geração, que trazem maior exposição à nicotina, predizem dependência.
O uso frequente do dispositivo também está associado a um maior grau de dependência. Até agora, nada muito surpreendente.
- O mais interessante é que os usuários regulares de cigarros eletrônicos permanecem com uma pontuação de dependência muito menor do que a observada com o consumo de cigarros convencionais. No geral, os pesquisadores explicam esse segundo resultado por uma menor exposição geral à nicotina com cigarros eletrônicos, incluindo “última geração”.
Certamente, esses resultados sugerem novamente o possível interesse do cigarro eletrônico na cessação do tabagismo, entre ex-fumantes”. No entanto, os autores ressaltam que a agência americana, a FDA, não aprovou esses dispositivos para esse uso e que o cigarro eletrônico não pode de forma alguma ser considerado uma ferramenta de cessação do tabagismo. Na França é a mesma coisa, esses aparelhos não são indicados atualmente para parar de fumar. Nenhum tipo de cigarro eletrônico possui autorização de comercialização (AMM). Os cigarros eletrónicos não podem ser vendidos em farmácias porque não constam da lista de produtos cuja entrega aí está autorizada. Devido ao seu status atual como produto de consumo, os cigarros eletrônicos estão isentos de regulamentações de medicamentos e controles de produtos de tabaco.
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